domingo, 11 de julho de 2010

Penso, Logo Desisto!!! ***

Adoro pessoas questionadoras, elas me fazem pensar...me fazem sair do quadrado e explorar o universo...
Então descubro que meu mundo é muito maior do que eu imaginava...



O autor geralmente possui muitas facetas, e embora desenvolva uma linha de pensamento e um estilo de escrita, muitas vezes se aventura por universos os quais considera desafiante, e é nesse momento que ele choca o leitor.
A partir de seus textos ele passa a conquistar uma fiel clientela, que se encanta dia após dia com suas palavras, desde que as mesmas sigam o padrão adotado por ele no princípio, ou seja, aquele poeta doce, apaixonado, sofrido ou brincalhão é capaz de estarrecer o leitor e causar confusão, se da noite para o dia passar a escrever textos críticos e analíticos. Talvez essa veia agressiva e questionadora vá de encontro aos anseios do leitor, que esperava acariciar sua alma com a mais doce poesia, ou se compadecer da dor do poeta numa cumplicidade silenciosa.
Podemos observar que, além desse tipo de situação, há também o fato de que muitos consideram entediante ter que discutir sobre certos assuntos, pois opinar significa também se expor, se fazer presente e muitas vezes não agradar a todos. E eu me pergunto: Quem agrada?
Se o maior de todos os pedagogos não foi capaz de se fazer entender à humanidade, e não satisfez a vontade do mundo, acredito que conquistar 100% da opinião pública seria muita pretensão para nós, pobres mortais. Mas, nossas considerações sobre essas questões vão muito além, pois muitos têm preguiça de pensar. Isso mesmo! Muitas pessoas quando se deparam com leituras reflexivas, se negam em ir adiante, por não se sentirem confiantes o suficiente para escrever, pois lhes falta embasamento e vontade de desenvolver o raciocínio lógico do assunto abordado.
O fato é que cada vez mais o homem se envolve menos com certas questões, e cada vez mais o homem procura desvios e válvulas de escape. E nesse caminho muita coisa vai se perdendo, inclusive o gosto pela leitura, a curiosidade e a necessidade de enriquecer a alma com novos assuntos.
Um dia desses, me aventurei a escrever um texto diferente do que estou acostumada, e como autora, percebi minha própria resistência. Compreendi então que muitas vezes é preciso sair do nosso mundinho e permitir outras aventuras. E isso cabe também no mundo dos leitores. É preciso se permitir novos textos e ensaiar novos passos para que possamos nos inteirar com a linguagem do mundo, sem que a sensação de constrangimento bata à porta toda vez que nos encontrarmos diante de algo desconhecido.
Pensar não dói, não arranca pedaço, muito pelo contrário, enriquece, enobrece e permite que muitas portas sejam abertas.
Antes de recuarmos diante do desconhecido e desistir de conhecê-lo, vale a pena arriscar e descobrir um novo e fascinante universo.
Pensar é uma arte e compartilhar suas idéias é contribuir para que o mundo seja cada vez melhor e fascinante.

Um comentário:

  1. Pensar é algo realmente fascinante, mas também é uma coisa que deve ser desenvolvida no ser humano desde muito cedo. As pessoas estão pessimamente acostumadas a que os outros pensem por elas ou que lhe entreguem, no mínimo, tudo mastigado. E esperam isso, na maioria das vezes, da mídia.
    Como autor, senti a dificuldade na pele por essa busca de mais um estilo. Saí de um gênero de prosa e poesia e parti para o contestativo, e reparei no ato resistência de meus leitores. Muitos estranharam no começo, mas estão se adaptando, enquanto que outros simplesmente sumiram. Preguiça de pensar? Medo de opinar? Ou uma simples questão de gosto? Creio que as três misturadas.
    Chego a pensar que nós, autores, é que deixamos nosso público mau acostumado, mas não é somente isso, infelizmente. É um fato cultural mesmo.

    Crônica perfeita.

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