terça-feira, 27 de julho de 2010

Tem Gente que "Se Acha"...***



O ser humano é capaz de nos impressionar das mais variadas formas, pena que nem sempre positivamente.
Particularmente sou da opinião de que as pessoas não nos decepcionam, muito pelo contrário, o que elas não conseguem é nos surpreender.

Há pessoas que se superestimam, ou vulgarmente falando, “pessoas que se acham”. Criaturas que em sua arrogância costumam comer mortadela e arrotar caviar.
Esse tipo de pessoa tem por hábito menosprezar os demais, e aproveitar qualquer oportunidade para ridicularizar e se divertir com as falhas e deslizes dos outros.

Infelizmente esse tipo de atitude tem o poder de inibir e traumatizar o individuo, fazendo com que o mesmo perca a motivação e o interesse. Em muitos casos é possível perceber inclusive a introspecção e o isolamento por parte de quem sofreu o assédio.
Mas, o que me fascina é ver que mesmo com a insistência desse tipo de pessoa, há também aquelas que não se deixam intimidar e confiam em si mesmas.

Quando menina, ouvia minha mãe dizer que para provocações e comentários absurdos, a melhor resposta é aquela que a gente não dá. Isso também me fez lembrar um grande exemplo:
Há alguns anos conheci Fabrício, um garotinho de oito anos que tinha uma enorme paixão por violinos, tendo parte de seu sonho realizado ao iniciar suas aulas de música.

Fabrício possuía a habilidade de aprender inúmeras coisas, embora não se destacasse em todas elas, mas, aprendia o suficiente para não fazer feio.
Ao entrar para o grupo de violinistas, nosso pequeno sonhador se viu frente a alguns obstáculos. Apesar da pouca idade provou que os mesmos não passavam de grandes lições, e pedras que o ajudariam a construir o seu caminho.
Um professor rígido exigia de Fabrício empenho e dedicação, afinal, um músico em primeiro lugar precisa de disciplina. Coisa difícil de conseguir de Fabrício, aliás, cumprir horários era algo quase impossível devido ao curto espaço de tempo entre uma atividade e outra. Mas, mesmo assim ele não desistiu.

Na turma havia um coleguinha que se julgava melhor do que os demais, e bastava Fabrício desafinar ou errar as notas para que ele fizesse um comentário desagradável e desenhasse um sorrisinho cínico nos lábios.
No inicio isso aborreceu nosso aprendiz, e quase o fez desistir, mas, a mãe de Fabrício sempre foi uma mulher muito sábia, e costumava incentivar seus filhos ensinando-os o valor da coragem, ousadia e perseverança, e foi por acreditar nesses valores, que mesmo sendo ainda muito jovem, ele fechou os olhos para as criticas negativas, e seguiu em frente. Hoje é um grande exemplo de empenho e dedicação em sua turma.

Assim como na vida do nosso violinista, o mesmo pode acontecer conosco, pois, muitas vezes vamos nos deparar com pessoas desagradáveis, e por que não dizer “desnecessárias”? Isso mesmo, aquelas que não têm nada de bom para dizer, mas, curiosamente conseguem explorar o que possuem de pior para desmotivar os outros.
Isso é perdoável nas crianças, pois, elas ainda não têm discernimento suficiente para perceber que seus gestos podem magoar e ferir o outro, mas, num adulto isso é inaceitável.
Devemos vigiar nossos passos e atentar para nossas palavras preconceituosas e egoístas.

As pessoas humildes possuem um dom natural de estender a mão e compartilhar seu conhecimento e o seu melhor, já as soberbas acreditam firmemente que são superiores as demais, e ainda se consideram no topo da cadeia alimentar.
Elas se esquecem que sempre haverá um animal mais forte.
Cada indivíduo tem seu tempo e suas limitações para aprender, e respeitar esses limites é um dever de todos nós, uma vez que jamais seremos o melhores em todas as coisas.

Faço minhas as palavras do incrível filosofo F. de Rojas:
“Miserável coisa é querer ser mestre, quem nunca soube ser discípulo!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário